Hormônio de crescimento no tratamento da baixa estatura
A fase de crescimento de um indivíduo começa no momento da fecundação e vai até por volta dos vinte anos de idade quando se completa o processo de maturação dos sistemas e crescimento estatural, marcando o início da fase adulta. A estatura é um dos atributos físicos valorizados pela sociedade e frequentemente é motivo de preocupação dos pais e da criança ou adolescente.

O tratamento da baixa estatura varia de acordo com as causas que foram encontradas na avaliação clínica. A abordagem de suporte é muito importante e envolve a correção de hábitos alimentares errados, a orientação de uma alimentação balanceada para a idade com estímulo à atividade física e ao sono adequado. Quando se confirmam certos tipos de doenças ou carências nutricionais o uso de medicamentos ou suplementos alimentares pode ser indicado. Os hormônios são usados nos casos em que existe uma deficiência hormonal ou para corrigir alguns casos de atraso de desenvolvimento. O maior objetivo de um tratamento para a baixa estatura é identificar e tratar os fatores que estejam perturbando o processo normal de crescimento, e criar condições para que a criança aproveite ao máximo todo o seu potencial genético.

O tratamento com o hormônio de crescimento, também chamado de GH ou somatropina, está formalmente indicado para os casos em que existe a comprovada deficiência desse hormônio. Nessa situação, é necessário pesquisar a presença de uma eventual lesão na hipófise, glândula localizada na base do cérebro responsável pela produção do GH. O tratamento é injetável, feito diariamente com aplicações subcutâneas diárias. É praticamente indolor e proporciona uma boa recuperação do crescimento. Alguns pacientes com deficiência de GH podem se beneficiar dessa reposição ao longo de toda a vida. Embora seja um medicamento injetável, a somatropina é muito bem tolerada pela criança devido à tecnologia das novas canetas ou aparelhos de aplicação.

Quanto à baixa estatura constitucional infantil não relacionada à deficiência clássica do hormônio de crescimento: alguns estudos científicos bem conduzidos demonstraram que o uso do hormônio de crescimento, por um período que variou de 2 a 10 anos em crianças sem déficit desse hormônio, proporcionou um aumento na altura final em torno de 5 cm. Algumas crianças podem apresentar respostas normais aos testes provocativos de hormônio de crescimento, mas apresentam velocidade de crescimento muito baixa, sem resposta ao tratamento convencional. Nesses casos, se a criança tiver uma melhora do crescimento após uma prova terapêutica de 6 meses com o GH, o tratamento deve ser considerado.

O sucesso do tratamento da baixa estatura depende de três fatores principais: (1) potencial genético, (2) disciplina da criança e da família em seguir as orientações e (3) época do início do tratamento. Como não é possível modificar o potencial genético da criança, temos que investir nos dois outros fatores. O tratamento da baixa estatura geralmente implica na adoção de vários novos hábitos como tempo de sono, atividade física, alimentação balanceada e, em alguns casos, uso de medicamentos. É necessário portanto que o paciente e a família estejam dispostos a essas mudanças, pois disso depende grande parte do sucesso do tratamento.

Outro aspecto fundamental é a época de início do tratamento. Uma vez identificada a baixa estatura, quanto mais precoce iniciarmos o tratamento maiores serão as possibilidades de alcançarmos os resultados desejados. Embora alguns sinais da baixa estatura sejam percebidos na infância, é comum os pais e o paciente só procurarem orientação especializada na puberdade, quando o adolescente começa a diminuir sua autoestima em função da demanda social da estatura. Nessa época, entretanto, as possibilidades de tratamento ficam muito reduzidas, pois as epífises ósseas já se encontram com processo de fechamento muito adiantado devido à ação dos hormônios da puberdade. Na baixa estatura constitucional, o ideal é que o paciente inicie o tratamento pelo menos dois a três anos antes do estirão puberal.

Embora vários avanços já tenham sido alcançados no tratamento da baixa estatura, infelizmente as pessoas não podem escolher sua altura final, tendo em vista que grande parte dela ainda depende do potencial genético herdado dos pais. Se o paciente tiver predisposição genética para uma estatura normal mas não a estiver alcançando por alguma situação clínica ou deficiência hormonal, o tratamento endocrinológico lhe permitirá aproveitar todo o seu potencial. Assim, o papel do endocrinologista é criar condições para que o paciente alcance o máximo de desenvolvimento estatural para o qual está programado geneticamente.

Fonte: Texto do Dr. Geraldo Santana, no site da Drogaria Araújo




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